terça-feira, 30 de março de 2010

Questões sobre o texto “Retrospectivas e perspectivas da historiografia da lingüística no Brasil”

Questão 1: Levando em consideração aos parâmetros que permeiam os estudos da linguagem, percebemos que a Linguística não é um campo de estudo que tem seu objeto bem delimitado. Por isso, para retornar a historização da Linguística é necessário se valer da história geral de ciências e de outras disciplinas. Tendo isso em vista, pode-se afirmar que as reflexões sobre a linguagem começaram só a partir de Saussure?

Questão 2: Durante alguns séculos, a imprensa missionária colonial Americana acumulou informações sobre a língua espanhola e portuguesa, dentre elas, algumas afinidades e divergências, quais são elas?

Questão 3: Para Mattoso, a herança descritiva colonial-missionária poderia ser descoberta da retrospectiva histórica da Linguística no Brasil, admitindo que o tupi descrito pelos jesuítas era quase artificial. Com base em quais argumentos ele faz essa afirmação? E o que Mattoso quis dizer com: “o missionário linguísta foi catequético tanto quanto o missionário religioso”?

Questão 3.1: Quais as soluções encontradas por Anchieta e Figueiredo, os descritores do Tupinambá, para marcar a diferença das duas séries de clíticos?

Questão 3.2: Qual seria o lugar que a lingüística ocuparia enquanto ciência e o prestígio adquirido por ela hoje se os primeiros linguistas brasileiros tivessem seguido uma linha teórica de forma mais contínua e eficaz ao invés de buscarem as “teorias da moda” no exterior? A lingüística seria uma ciência mais consistente no Brasil ou continuaria inferior a linguística dos EUA e à européia se aqueles pesquisadores atendessem, no momento inicial, as necessidades lingüísticas e histórico-culturais que nosso país tinha?

Questão 4: A primeira tarefa a ser feita quando se objetiva a construção de uma Historiografia é o resgate das formas de conhecimento que já foram produzidas no Brasil, ainda que informalmente, tentando explicar as “formas de linguagem e seus significados”. A autora afirma que a partir dessa linha de pesquisa o Brasil pode ser linguísticamente redescoberto mas será que, após séculos de negação e exclusão do nacional, por uma submissão e observação de ciências, materiais e correntes de pensamento estrangeiro, conseguiríamos registros relevantes e originalmente brasileiros para tal redescoberta?

Diferentes concepções da História da Linguística.

História Tradicional: trata-se da história dos grandes eventos e personagens. Aristóteles diz que " os historiadores narram fatos reais que tem o homem como ator, a história é um romance ideal". Os grandes eventos da Linguística do séc XIX são: modo científico de pensar a língua; o Curso de Linguística Geral (Saussure); surgimento de círculos linguísticos. No Brasil, cita-se dois grandes autores Mattoso Câmara e Eni orlandi.

História das mentalidades: trata-se da história dos sistemas, crenças e valores que caracterizam uma época ou grupo. O objetivo dessa história é resgatar essas representações sem recobri-las com categorias anacrônicas.
Ex: O estruturalismo de base americana era a grande mentalidade que deu início aos estudos linguísticos no Brasil.

Hitória das ideias: defende que a mentalidade não é uma só, não pode haver uma única mentalidade que rege as práticas dos sujeitos, mas sim, um conjunto de ideias.

Historiografia: é a maneira pela qual a história foi escrita pelo trabalho de pessoas que se debruçam sobre a língua para tentar entendê-la, visando compreender como os movimentos se constituem. No Brasil, por exemplo, o movimento de gênese da linguística não é com Mattoso e sim, com jesuítas, que descreviam a lingua para apreendê-la e catequizar os índios.

Tudo novo de novo.

Graças a um descuido, meu outro blog foi excluído e então, cá estou eu, iniciando uma nova série de postagens sobre assuntos peculiares a minha amada Linguística.
Nesse novo semestre, caberá a mim registrar aqui nesse espaço meu parecer sobre as aulas Linguística no Brasil.

Para começar, já afirmo que não se pode dizer que existe uma Linguística genuinamente brasileira. Isso porque, ela depende de modelos americanos e europeus. Dessa forma, nomeia-se uma Linguística no Brasil e não, do Brasil.

Para começar, podemos então, pensar nas fases que levaram a instituição da Linguística no Brasil, nomeando-a como uma fase de Pré-Linguística Brasileira. A primeira fase, seria a Gramatical(séc XVI até o séc XX), em que há a publicação da 1ª gramática de Língua Portuguesa(1536), onde há uma descrição do Português falado em Portugal e que, conseuquentemente, instaurava-se aqui no Brasil. Após a Reforma Pombalina, torna-se obrigatório o ensino da língua portuguesa no Brasil. E no final do séc XIX há a tentativa de instauração de uma língua brasileira. A segunda fase é a Filológica, que tem como objetivo interpretar textos antigos de cunho literário para a investigação da língua. Na fase Dialetológica faz-se um mapeamento dos modos de dizer do Brasil. Temos como exemplo a obra de Amadeu Amaral, que faz um levantamento do dialeto caipira e registra em sua obra. E na fase da Crítica Textual, interpretavam-se documentos manucritos para atentar-se à evolução da língua.